INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA EM UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA: MOBILIZAÇÃO PRECOCE E ASSISTÊNCIA AO PACIENTE CRÍTICO

Autora:
Camila de Carvalho Gomes Diniz1
Orientador:
Denilson Veras2

1Acadêmica do curso de Bacharelado em Fisioterapia da
Faculdade Metropolitana de Manaus- FAMETRO.
2Mestre em Ciências da Saúde e Professor do curso de Fisioterapia da
Faculdade Metropolitana de Manaus- FAMETRO.


RESUMO

A mobilização precoce é um procedimento realizado por Fisioterapeutas em pacientes de todas as faixas etárias, neste artigo iremos focar em Adultos, que se encontram em estados críticos nas Unidades de Terapia Intensiva e evidenciando resultados positivos nos aspectos, físicos, psicológicos, além de evitar os riscos de hospitalização prolongada. Objetivo: ampliar o conhecimento da atuação do Fisioterapeuta exercendo a mobilização precoce como técnica principal na evolução do paciente, com base em uma revisão de literatura. Metodologia: Trata-se de uma revisão de literatura onde utilizou-se artigos científicos em bases de dados eletrônicos (PEDRO, SCIELO, PUBMED), livros e revistas no período de 2012 a 2021, adotando critérios de inclusão e exclusão. Resultados e Discussão: Os artigos que não atenderam esse critério foram excluídos desta pesquisa. Por fim, foram escolhidos 10 artigos voltados para análise da intervenção fisioterapêuticas na mobilização precoce e assistência ao paciente crítico. Com base nos estudos revisados, vários benefícios foram encontrados no uso de mobilização precoce, como ganho de força muscular inspiratória e periférica, melhora da funcionalidade do paciente e redução do tempo de internação, além de prevenir e tratar certas complicações como lesões por pressão, fraqueza e atrofia musculoesquelética. Conclusão: A fisioterapia é responsável por estabelecer um protocolo de mobilização, além das recomendações de exercícios, atuando de forma eficaz no restabelecimento da capacidade funcional e independência física do paciente crítico por meio da redução das alterações adversas e complicações geradas pelo tempo de descanso.

Palavras-chave: Mobilização precoce, Paciente crítico, Unidade de terapia intensiva.

ABSTRACT

Early mobilization is a procedure performed by Physiotherapists in patients of all age groups. In this article we will focus on Adults, who are in critical conditions in the Intensive Care Units and showing positive results in terms of physical and psychological aspects, as well as avoid the risks of prolonged hospitalization. Objective: to broaden the knowledge of the physiotherapist\’s performance by exercising early mobilization as the main technique in the patient\’s evolution, based on a literature review. Methodology: This is a literature review which used scientific articles in electronic databases (PEDRO, SCIELO, PUBMED), books and magazines from 2012 to 2021, adopting inclusion and exclusion criteria. Results and Discussion: Articles that did not meet this criterion were excluded from this research. Finally, 10 articles focused on the analysis of physical therapy interventions in early mobilization and care for critically ill patients were chosen. Based on the reviewed studies, several benefits were found in the use of early mobilization, such as gaining inspiratory and peripheral muscle strength, improving patient functionality and reducing hospital stay, in addition to preventing and treating certain complications such as pressure injuries, weakness and musculoskeletal atrophy. Conclusion: Physiotherapy is responsible for establishing a mobilization protocol, in addition to exercise recommendations, acting effectively in the restoration of functional capacity and physical independence of critically ill patients through the reduction of adverse changes and complications generated by the rest time.

Keywords: Early mobilization, Critically ill patient, Intensive care unit.

INTRODUÇÃO

A mobilização precoce é um procedimento realizado por Fisioterapeutas em pacientes de todas as faixas etárias, neste artigo iremos focar em Adultos, que se encontram em estados críticos nas Unidades de Terapia Intensiva e evidenciando resultados positivos nos aspectos, físicos, psicológicos, além de evitar os riscos de hospitalização prolongada (CAVALCANTE et al., 2018; MACHADO et al., 2016).

Entende-se que a imobilidade no leito é um fator colaborador para o retardo da recuperação, a falta de condicionamento físico e a fraqueza muscular são problemas frequentes e que estão associados à maior incapacidade, sendo o programa de reabilitação preconizado como prática fundamental e segura para melhoria da capacidade funcional, dependendo das necessidades de cada indivíduo.

A fisioterapia é imprescindível nas unidades de terapia intensiva e utiliza técnicas que promovem a evolução do paciente e garantem exercícios físicos adequados para os diferentes momentos do tratamento, auxiliando na promoção, prevenção e recuperação dos pacientes (ALVES, 2012).

Nessa perspectiva, sua atuação é vasta e se faz presente em diversos momentos do tratamento intensivo: atendendo a pacientes graves que não necessitam de suporte ventilatório, prestando assistência durante o período pósoperatório, reduzindo o risco de complicações respiratórias e motoras; e oferecendo assistência a pacientes críticos que necessitam de suporte ventilatório (SILVA, 2015).

Há evidências de benefícios de seus serviços cada vez mais relevantes conforme pesquisas vão mostrando, tendo em vista, que já foi constatado que o gasto por paciente em uma primeira internação na UTI é reduzido quando as atividades de fisioterapia estão à disposição integralmente (ROTTA BRUNA et al, 2018).

Anteriormente, o trabalho na UTI se limitava somente para evitar o falecimento do paciente, com o crescimento desses profissionais nos hospitais, houve a conquista da liberdade e da independência para efetuar e executar julgamentos criteriosos, para que eles saíssem em condições de voltar para a sociedade, com o mínimo de sequelas possíveis, em um tempo reduzido de internação e mais independente possível. Houve uma mudança aumentou a autonomia do exercício da fisioterapia, no que se refere, ao processo de tomada de decisões em saúde, garantindo a presença do profissional da Fisioterapia Intensiva desde a fase mais crítica da internação desse paciente até o período de alta, dando assistência o mais integral possível (PEREIRA, 2007).

A fisioterapia nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI’s) é uma especialidade que requer cuidados característicos em pacientes críticos ou que necessitam de atendimento multiprofissional, como enfermeiros, fisioterapeutas, médicos, nutricionistas e psicólogos (NETO; SOUZA; 2012).A assistência provida por uma equipe multidisciplinar é fundamental, pois adota uma abordagem humanista e integrada, demonstrando que nenhuma profissão consegue abranger todos os aspectos envolvidos no tratamento de pacientes sob esses cuidados. É fundamental o trabalho coletivo, pois permite a sinergia de habilidades visando promover uma assistência completa nos aspectos físico, mental, social e espiritual (FERNANDO G e HUGHES S, 2019).

Diante disso, se faz necessário sua inserção dentro de um ambiente hospitalar, sendo indispensável sua atuação dentro das UTI’s em um período de 24 horas por dia, com um plantonista para cada oito leitos, que possua uma especialização na área da atenção crítica, pois possui conhecimentos sobre técnicas respiratórias, manuseio do ventilador mecânico, remoção de secreções, avaliação e tratamento para disfunções cinético-funcionais (ALVES, 2012).

Os pacientes críticos que se situam em uma Unidade de Terapia Intensiva, em razão vários dias de internação, evidenciam fraquezas musculares, fadigas e problemas respiratórios. A fisioterapia motora mediante a mobilização precoce, uma técnica recente, vem acrescentar e confirmar, ser benéfica e segura no tratamento desses pacientes, pois reduz o tempo de internação na UTI. Ela trabalha com exercícios específicos de uma forma precoce, desde treinamentos motores, deambulação e um posicionamento mais adequado no leito (BORGES et al., 2009).

A fraqueza muscular generalizada é uma consequência comum em pacientes restritos ao leito, especialmente aqueles em suporte ventilatório invasivo. Estudos sobre o efeito da inatividade na força muscular esquelética têm demonstrado uma diminuição de 1-1,5% por dia, em pacientes restritos ao leito, sendo que, em pacientes em VM, esse declínio pode ser mais significante, variando de 5% a 6% por dia (SOARES et al., 2010; HOPKINS et al., 2009).

A mobilização precoce é de extrema importância, pois pode contribuir com exercícios motores na cama, sedestação a beira do leito, ortostatismo, transferência para cadeira e deambulação, auxiliando no cuidado do paciente crítico com problemas cinético-funcionais, sendo assim as avaliações dos pacientes e do tratamento fisioterapêutico, devem começar logo após a admissão hospitalar, antes do início do tratamento e dos seus efeitos colaterais (FEITOZA et al., 2014).

Portanto, a mobilização precoce tem eficácia de diminuir e até eliminar os efeitos causados pela síndrome do imobilismo, sobre os sistemas cardiovascular, respiratório, neurológico e osteomuscular, intensificando a hematose pulmonar, mantendo a força muscular, restaura a capacidade funcional e reduz o tempo de permanência do paciente do hospital, o que reflete sobre o aspecto importante que deve ser levado em consideração, que é diminuição dos custos não só para o hospital, mas para o estado no caso da saúde pública, e para o próprio paciente, em casos da rede de saúde particular (SILVA et al., 2020).

O objetivo geral deste trabalho é, portanto, ampliar o conhecimento da atuação do Fisioterapeuta exercendo a mobilização precoce como técnica principal na evolução do paciente, com base em uma revisão de literatura.

METODOLOGIA

Trata-se de uma revisão de literatura na qual os autores pretendem promover a síntese de conhecimentos para possível inserção na prática da Fisioterapia.

A discussão foi ditada pela experiência profissional e argumentativa dos autores. A pesquisa e análise da produção científica iniciou-se com a identificação dos artigos, seguida da compilação, fichamento, análise e interpretação.

O levantamento bibliográfico foi realizado online, nas bases de dados SciELO, PEDro, PubMed, e Google Acadêmico, além de publicações no Fisioweb publicados no período de 2012 a 2021. A pesquisa bibliográfica realizada utilizou os descritores “mobilização precoce’, “paciente crítico”, “unidade de terapia intensiva”, “fisioterapia” (\”early mobilization\”, critical patient\”, \”intensive care unit\”, \”physiotherapy\”) Para a seleção da amostra, foram definidos como critérios de inclusão as revisões sistemáticas e os ensaios acadêmicos voltados para a análise da atuação da Fisioterapia com a temática mobilização precoce em adultos, realizada por

Fisioterapeutas, dentro das Unidades de Terapia Intensiva. Os artigos que não atenderam esse critério foram excluídos desta pesquisa. Por fim, foram escolhidos 10 artigos voltados para análise da atuação da fisioterapia nas Unidades de Terapia Intensiva. Após seleção dos artigos, foi realizada leitura exploratória, relacionando as referências dos meios terapêuticos para a mobilização precoce como técnica principal na evolução do paciente.

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RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados do estudo de Fontela et al. (2018) evidenciaram que os profissionais conhecem os benefícios da mobilização precoce e reconhecem atitudes favoráveis à sua implementação. Porém, a aplicação da mobilização precoce foi percebida como difícil, principalmente pela indisponibilidade de especialistas e pelo tempo para mobilização precoce, sedação, delirium, risco de automutilação ao sistema musculoesquelético e estresse excessivo no trabalho. No estudo de Dantas et al. (2012), foi concluído que, no grupo mobilização precoce, houve ganho da força muscular inspiratória e periférica, fornecendo válidas evidências dos benefícios da prática.

Albuquerque et al., (2015) consonante com os resultados de Dantas et al., em sua revisão sistemática de ensaios clínicos randomizados, levantam estudos que validam a segurança de programas de mobilização precoce baseados em evidências, com consequentes reduções no uso de ventilação mecânica e internação hospitalar, além de promover desempenho funcional.

ANO AUTOROBJETIVO TIPO DE ESTUDO RESULTADO
2015 Albuquerque im, et al. Avaliar o impacto e a segurança da implementação de programas de mobilização precoce em pacientes internados em UTI Revisão sistemática de ensaios clínicos randomizados. Foram encontrados 198 artigos potencialmente relevantes, sendo que destes, apenas 4 foram selecionados por atenderem aos critérios de inclusão.
2012 Dantas CM, et al. Avaliar os efeitos de um protocolo de mobilização precoce na musculatura periférica e respiratória de pacientes críticos. Ensaio clínico controlado e randomizado. Para os valores de pressão inspiratória máxima e do Medical Research Council, foram encontrados ganhos significativos no grupo mobilização precoce. Entretanto, a pressão expiratória máxima e o tempo de ventilação mecânica (dias), tempo de internamento na unidade de terapia intensiva (dias), e tempo de internamento hospitalar (dias) não apresentaram significância estatística.
2017 Machado, et al. Avaliar os efeitos da realização de exercícios passivos com um cicloergômetro, associada à fisioterapia convencional, na força muscular periférica, no tempo de ventilação mecânica e no tempo de internação hospitalar em pacientes críticos internados em UTI de um hospital universitário terciário. Ensaio clínico randomizado. Houve um aumento significativo da força muscular periférica (basal vs. final) tanto no grupo controle (40,81 ± 7,68 vs. 45,00 ± 6,89; p < 0,001) quanto no grupo intervenção (38,73 ± 11,11 vs. 47,18 ± 8,75; p < 0,001). Entretanto, a variação do aumento da força foi maior no grupo intervenção que no controle (8,45 ± 5,20 vs. 4,18 ± 2,63; p = 0,005). Não foram observadas diferenças significativas entre os grupos quanto ao tempo de ventilação mecânica e tempo de internação hospitalar.
2021Paulo et al. Analisar a prática de mobilização precoce realizada pelo fisioterapeuta intensivista, identificar as principais intervenções utilizadas por esses profissionais e descrever as barreiras encontradas que inviabilizam a prática da mobilização precoce, em pacientes internados em unidades de terapia intensiva. Estudo de campo, quantitativo transversal.O gerenciamento da mobilização precoce é realizado em sua maioria apenas pelo fisioterapeuta. Acerca da utilização de escalas funcionais utilizadas em UTI, a Medical Research Council (MRC) foi a mais citada pelos profissionais com (67,7%). A estratégia de mobilização mais utilizada foi a sedestação (91,2%). O desconforto respiratório foi a situação clínica mais citada para a interrupção da mobilização precoce (83,8%).
2016Coutinho et al.Comparar a utilização aguda do cicloergômetro em doentes críticos ventilados mecanicamente internados na UTI em relação os efeitos hemodinâmicos, mecânica respiratória e níveis de lactato antes e após sua utilizaçãoEnsaio clínico randomizadoNão foram observadas diferenças significativas: Tempo de VM (dias): GI 10,2±5,1; GC 12,0±5,3 e p= 0,380. Tempo de UTI (dias): GI 21,0±9,2; GC 24,2±16,6 e p= 0,559. Tempo de hospital (dias): GI 23,8±5,0; GC 19,6±9,4 e p= 0,194. O risco de óbito nas primeiras 24 horas, obteve pontuações médias de: GI 4 (80%) e GC 1 (14,2%). Alteração estatisticamente significativa em relação à pressão de pico e à pressão máxima na via aérea no final da inspiração (pré: 25,1±5,9; pós: 21,0±2,7 cmH2O; p=0,03), no grupo convencional. Diferença significativa em relação ao bicarbonato (pré: 23,5±4,3; pós: 20,6±3,0; p=0,002) no grupo intervenção.
2016 Matos et al. Realizar um levantamento das práticas relacionadas à mobilização dos pacientes internados em uma UTI geral, comparando-os por tipo de intervenção (clínica ou cirúrgica). Análise retrospectiva de prontuários de pacientes internados na UTI. Foram incluídos na pesquisa 105 participantes. Tempo de internação em UTI (dias): Clínico: 7,8±5,5; Cirúrgico: 6,9±5,4 e valor p: 0,22. Tempo total de VM (dias): Clínico: 6,5±5,5; Cirúrgico: 4,8±4,3 e valor p: 0,08. Tempo de desmame (dias): Clínico: 2,5±4,7; Cirúrgico: 1,0±1,4 e valor p: 0,3. Tempo para sentar fora do leito (dias): Clínico: 3,0±4,0; Cirúrgico: 3,1±4,5 e valor p: 0,02. Tempo para retirada da sedação (dias): Clínico: 2,8±2,4; Cirúrgico: 2,6±2,3 e valor p: 0,57. Tempo para início dos exercícios ativos (dias): Clínico: 3,5±4,8; Cirúrgico: 4,8±5,2 e valor p: 0,17.
2015 Cordeiro et al. Avaliar o impacto da deambulação precoce sobre o tempo de internação na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e hospitalar em pacientes submetidos à cirurgia cardíaca Estudo transversal Não foram observadas diferenças significativas, entre os dois grupos de pacientes ─ com e sem deambulação ─ em relação ao tempo de internação na UTI (3,0±1,5 dias vs. 2,8±1,1 dias, p=0,819) e hospitalar (5,4±3,3 dias vs. 5,3±2,6 dias, p=0,903). Tempo médio de internação na UTI dos grupos estudados: com e sem deambulação (p=0,543). Tempo médio de internação hospitalar dos grupos estudados: com e sem deambulação (p=0,957).
2015 Costa Junior et al. Avaliar a influência da mobilização precoce na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), como forma de exercício físico funcional, sobre a deambulação de pacientes em pós-operatório de cirurgia de revascularização do miocárdio. Trabalho experimental com 12 pacientes, desenvolvido em duas etapas: a primeira, na UTI, onde se desenvolveu um Protocolo de Mobilização com Cicloergômetro; e a segunda etapa, na enfermaria cirúrgica, onde foi monitorada a deambulação por quantificação de passos e distância percorrida. Turno manhã: Quantidade de passos: 1º dia 101,58 ± 47,91; 2º dia 313,83 ± 283,78 e 3º dia 421,75 ± 296,00. Distância deambulada: 1º dia 42,00 ± 22,43; 2º dia 186,08 ± 254,30 e 3º dia 239,25 ± 290,59. Turno tarde: Quantidade de passos: 1º dia 241,00 ±391,97; 2º dia 300,17 ± 159,92 e 3º dia 395,25 ± 293,26. Distância deambulada: 1º dia 112,50 ± 198,47; 2º dia 136,58 ± 65,82 e 3º dia 211,75 ± 216,31. Total: Quantidade de passos: 1º dia 171,29 ± 282,22; 2º dia 307,00 ± 225,38 e 3º dia 408,50 ± 288,47. Distância deambulada: 1º dia 77,25 ± 142,75; 2º dia 161,33 ± 183,41* e 3º dia 225,50 ± 250,92*. *p < 0,05, em comparação com o 1º dia.
2014 Almeida et al. Verificar o comportamento das variáveis hemodinâmicas e no pico de fluxo expiratório (peack flow) em pacientes idosos, em pós-operatório de CRM submetidos a três tipos diferentes de intervenção fisioterapêutica Estudo experimental Observou-se aumento significativo para os valores peack flow em todos os grupos (pré e pós-teste); redução significativa da PAS no grupo A, aumento da FC e da FR no grupo B (pré e pós-teste). Na análise intergrupos observou-se redução da PAD no grupo C, com significado estatístico.
2018 Fontela et al. Avaliar o conhecimento dos profissionais da equipe multiprofissional sobre mobilização precoce em pacientes graves adultos, e identificar atitudes e barreiras percebidas para sua realização. Estudo transversal Atitudes favoráveis à mobilização precoce foram consentir que seus benefícios em pacientes sob ventilação mecânica superassem os riscos relacionados aos pacientes e à equipe; que a mobilização precoce deveria ocorrer rotineiramente por meio de protocolos de enferm agem e fisioterapia; e em alterar os parâmetros da ventilação mecânica e reduzir a sedação dos pacientes, para facilitar a mobilização precoce. As principais barreiras identificadas foram indisponibilidade de profissionais e tempo para a mobilização precoce, excesso de sedação, delirium, risco de autolesão musculoesquelética e excesso de estresse no trabalho.

O impacto positivo da mobilização precoce em variáveis hemodinâmicas e respiratórias, por exemplo nos resultados observados no estudo de Almeida et al. (2014) com redução significativa da PAS no grupo bicicleta ergométrica, bem como nos resultados de Coutinho et al. (2016), que identificou alterações estatisticamente significativas tanto no pico de pressão quanto na pressão máxima em vias aéreas ao final da inspiração, confirmando a ausência de alterações adversas após o uso da bicicleta ergométrica e, portanto, se mostrando uma importante ferramenta terapêutica na recuperação do paciente.

Cordeiro et al., (2015), ao avaliar o impacto da deambulação precoce sobre o tempo de internação na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e hospitalar em pacientes submetidos à cirurgia cardíaca, chegaram à conclusão que a deambulação precoce não influenciou o tempo de internação na UTI ou no hospital.

Já no estudo experimental feito por Costa Junior et al., (2015), chegaram a conclusão que mobilização precoce no leito da UTI altera significativamente a deambulação espontânea do paciente no pós-operatório, podendo ser considerada, dessa forma, uma influência positiva na recuperação funcional.

Dessa forma, no estudo de Matos et al., (2016), concluíram que na UTI geral com protocolo de mobilização precoce, não foram observadas diferenças no desempenho de exercícios ativos em relação aos pacientes clínica e cirúrgica. Embora os pacientes clínicos tenham se sentado mais cedo, isso não teve efeito significativo na mortalidade ou no tempo de permanência na UTI. As práticas diárias na UTI tendem a tirar os pacientes em VM da cama mais cedo e mantê-los mais ativos.

No estudo de campo realizado por Paulo et al., (2021), sobre as situações clínicas relevantes para a interrupção da mobilização precoce, destacaram-se o desconforto respiratório e aumento da pressão Intracraniana (PIC), e concluíram que as intervenções mais frequentes foram a sedestação, uso do cicloergômetro e transferências leito poltrona. As dificuldades relacionadas ao paciente foram a instabilidade hemodinâmica, uso de drogas sedativas e analgésicas.

Nos resultados do estudo de ensaio randomizado de Machado et al., (2017), em consonância com o estudo de Coutinho et al., (2016), demonstraram que a mobilização precoce em UTI, através de um protocolo com um cicloergômetro de forma passiva em pacientes sob VM, pode aumentar de forma significativa a força muscular periférica desses pacientes; porém, ela não altera o tempo de VM e de internação hospitalar.

CONCLUSÃO

Pode-se dizer que houve um longo debate sobre a importância da mobilização paciente precoce porque ainda não havia pesquisas para provar isso a eficácia de tal intervenção. Porém, ao longo dos anos, houve um aumento expressivo no uso da mobilização precoce como abordagem fisioterapêutica na reabilitação de pacientes com diversas patologias.

Além disso, vários benefícios foram encontrados no uso de mobilização precoce, como ganho de força muscular inspiratória e periférica, melhora da funcionalidade do paciente e redução do tempo de internação, além de prevenir e tratar certas complicações como lesões por pressão, fraqueza e atrofia musculoesquelética. Tais fatores, favorece a condição clínica do paciente, podem levar a uma reabilitação mais rápida.

Dessa forma, podemos concluir que o fisioterapeuta é o profissional responsável por estabelecer um protocolo de mobilização, além das recomendações de exercícios, atuando de forma eficaz no restabelecimento da capacidade funcional e independência física do paciente crítico por meio da redução das alterações adversas e complicações geradas pelo tempo de descanso. 7

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